sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Meu mundinho (in)feliz.

Eu estava irritada na sexta-feira a noite porque não queria ficar em casa e a noite que eu queria ir fiquei me enrolando e não consegui ingresso. Então resolvi “filosofar um pouco”. Me deparei com um video no youtube (http://www.youtube.com/watch?v=xON22c7pZ6c) sobre o genocídeo de Rwanda de 1994 e, mais uma vez, percebi que insisito em viver em um mundinho rídiculo, fútil, imbecil. Sim somos idiotas que não fazemos nada para mudar o mundo. Sim! Eu sou um desses idiotas que preenchem esse planeta. O que aconteceu em Rwanda foi uma Guerra de etnias, onde até mesmo os pertencentes da mesma etnia se mataram. Em 1993 Hutus e Tutsis firmaram o acordo de Arusha para “compartilharem” o poder e viverem em paz. Porém, isso não durou muito tempo. Os Hutus ortodoxos montaram um “golpe” (palavra um tanto fraca para o que aconteceu) e iniciaram uma Guerra contra os Tutsis e contra a própria etnia. Sim! O que eles afirmavam é que todos os Tutsis deveriam ser mortos como “baratas” e todos os Hutus moderados também. Quando o massacre se iniciou o mundo simplesmente se virou de costas para Rwanda. Talvez nunca se saiba quantas pessoas morreram. Calcula-se que entre 800.000 e 1.0000, o que equivale a 11% da população total. O mundo está um caos, pessoas se matando para que? Poder? E o que mais? É tão difícil assim viver em paz?! E não digo somente da África. Pegue o exemplo do Brasil, onde as “autoridades” (corruptas) não conseguem entrar na favela da rocinha porque os criminosos simplesmente comandam aquela area e possuem armamento que nem o exército tem. O que sobra para as pessoas que vivem naquela região é serem considerados criminosas também e morrerem apenas por viverem no lugar errado e estarem no momento, na hora e no local errado. Daqui a pouco estaremos vivendo um genocídeo como o de Rwanda, matando uns aos outros. Chega ser hipocrisia da minha parte de me indignar. Eu não tenho esse direito. Eu não posso ficar aqui falando o que está errado se eu não faço nada para mudar. O que me resta? Voltar para o meu mundinho e ficar preocupada com a noite que eu vou? Eu juro que eu não sei. Mesmo se eu quisesse fazer alguma coisa por onde eu começaria?! Será que o mundo tem jeito? Será que ainda existe esperança para tudo isso? Eu só espero que, de alguma maneira, isso que eu escrevi sirva para as pessoas se questionarem (assim como eu) e se perguntarem será que vale mesmo ficar brigando nas noites porque o "guri ali tava me bocando”, ou “bá to muito irritada, não quero ficar em casa hoje?!" Pensem nisso. Isso pode ser um pensamento completamente pessimista mas no fundo eu tenho um certo otimismo porque eu continuo nessa mania de acreditar no lado bom das pessoas. Claro que eu não quero pegar minhas coisas, convidar todo mundo e ir lá salvar o mundo. Amo meu mundinho ridiculo, me divirto demais nele, mas me irrita essa minha hipocrisia e as vezes preciso “desabafar” em algum lugar. Se 2% do que eu falei aqui servirem para dar uma “luz” sobre os podres do mundo, talvez, possa ser um começo...quem sabe.

2 comentários:

Renata C. Moreira disse...

A história de Ruanda tem num filme muuuito bom, não sei se tu ja viu - Hotel Ruanda - vale muito a pena assistir, ele "ensina" o q q foi essa guerra. Curti muito teu gancho com o problema nas favelas do Rio... se encaixou no Tropa de Elite!
Muito bom teu post!!!!
beijoooos

Julia disse...

Ia comentar exatamente sobre o Hotel Ruanda...Vale assistir mesmo!Quanto ao teu post, certamente parar e pensar nisso já conta bastante e já é uma atitude. Está muito claro que não mudaremos o mundo e que continuaremos, sim, vivendo nesse nosso "mundinho chandon" (hehehe). Mas ter consciência já é um grande passo para a humanidade e esse será o nosso papel, em um futuro próximo, se Deus quiser e o preço da Puc parar de aumentar.
Beizo xuxu